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Que Deus proteja e esteja sempre com todos nós!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011


Aconselhamento

A nossa reação emocional diante de situações negativas da vida depende muito do que guardamos do passado. Muitas vezes reagimos de uma forma intensa a determinadas situações quando temos consciência de que não deveríamos nos afetar tanto. Outras vezes nem temos consciência e achamos plenamente normal a nossa reação, que, aos olhos de …terceiros foi desproporcional ao acontecimento. A sua reação de hoje, pode ser, na verdade, uma reação a algo do seu passado. Algum medo ou sentimento negativo que ficou guardado, latente, e que é apenas reativado ou acordado quando uma situação semelhante ocorre no presente. Muda a época, os personagens, mas a reação emocional é a mesma. E quantas vezes isso acontece e nem temos idéia do verdadeiro motivo que ficou guardado lá trás. É o que eu chamo de acionar um gatilho emocional. 

Vou dar um exemplo. Vamos supor que você tem um amigo que tenha “aprontado” algumas com você. Na primeira vez, você relevou (mais ou menos…), na segunda vez que ocorreu algo semelhante, você fingiu que deixou pra lá. Aí aconteceu uma terceira vez e você já falou de forma irritada. Depois, aconteceu uma pequena bobagem e você teve uma reação daquelas: xingou, brigou, cortou a amizade, gritou… Para quem assistiu de fora, sua reação foi anormal. Pra você que estava guardando tudo, o último episódio foi a gotinha que faltava.

Nesse exemplo fictício, é fácil entender a reação porque os eventos foram todos com a mesma pessoa. Fica claro que a raiva foi sendo a acumulada e foi descontada no amigo causador do sentimento. O problema é que na vida também acontece da gente acumular de uma pessoa e descontar em outra. Fazemos transferências de sentimentos. Acumulamos da infância na relação com os pais e irmãos, e descontamos no marido, no amigo mais próximo, na namorada e tantas outras pessoas. Sofremos a rejeição dos pais e transferimos o medo para o relacionamento quando nos casamos. 

Ano passado atendi pela internet, o seguinte caso: Era uma mulher jovem, casada há poucos anos, que tinha medo de ser abandonada pelo marido. Toda vez que ele demonstrava insatisfação ou a criticava, logo surgia um medo intenso de ser deixada e rejeitada. Ela tinha noção do quanto a sua reação era desproporcional. Ficava com raiva por saber uma coisa intelectualmente, mas agir emocionalmente de outra. O sentimento que surgia, ao acontecer pequenas bobagens na relação com o marido, era suficiente para desestabilizá-la. 

Quando começo a escutar um relato como esse, o meu alarme começa a soar “o que será que tem guardado no passado dessa pessoa, que está sendo acordado na relação com o marido? Que gatilho emocional é esse que está sendo ativado?” 

Comecei a trabalhar na intensidade dos sentimentos do presente, para o medo de ser abandonada. O medo foi diminuindo, e aí… começaram a surgir os verdadeiros motivos. 

Muitas vezes o que está nos bastidores surge espontaneamente. A própria pessoa começa a ter insights e fala; começa a lembrar de eventos do passado. Outras vezes, para acelerar o processo, começo a fazer perguntas do tipo: “Se houver algo guardado do seu passado que está sendo ativado nessa sua relação atual, o que seria?”, “O comportamento, as palavras, o olhar do seu marido lembra alguém do seu passado?” 

Nesse caso relatado, a pessoa começou a lembrar de brigas entre os pais. A mãe havia brigado e saído de casa. Ela lembrava da cena quando era bem pequena, chorando, vendo a mãe ir embora, e, na cabeça infantil dela, o medo de nunca mais ver a mãe novamente. A mãe falava que não sabia se voltava pois dizia que o pai talvez não deixaria. Várias outras situações de medo de ser abandonada ocorreram e ficaram profundamente marcadas na parte emocional da pessoa. A mãe agia de forma a deixá-la com medo constante de ser rejeitada. Se ela não fizesse o que a mãe esperava, logo era criticada e não se sentia aprovada. 

Não adianta apenas entender intelectualmente. A pessoa sabia que não era mais criança, e que o ocorreu estava no passado. No entanto, a emoção ficou presa, guardada. Ao lembrar das cenas, surgiam sentimentos de tristeza, medo, e até choro. 

É muito comum a pessoa começar a relatar uma cena distante, lá da infância, que parece bem resolvida e quando começamos a conversar, uma intensa reação emocional ocorre. Quando o marido criticava a minha cliente ou não a aprovava, um gatilho emocional era acionado trazendo à tona os sentimentos lá da infância: o medo de ser rejeitada e abandonada pela mãe. Coisa estranha, sem lógica. Mas quem disse que agimos de forma lógica e racional? Nosso comportamento é muito emocional. 

Observe suas reações emocionais a fatos de pessoas no seu cotidiano. Veja o que mais (ou quem mais) o irrita, o que mais (ou quem mais) o entristece, o que mais o faz ter medo (medo de rejeição, abandono, solidão e etc…). As pessoas do seu presente (amigos, chefe, companheiro), vão ativar esses gatilhos do passado. É uma negatividade que você já tem e essas são oportunidades que você tem para identificá-las e curá-las. Quando nos incomodamos muito com o comportamento de alguém, é bem provável que algum gatilho nosso esteja sendo disparado … fique atento e se desarme !!!

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